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Interludes II

by Jan Felipe

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1.
Última nota do dia quando a noite se cria. O céu de rosa vestido. Lá vem a lua despida. Pálida quieta rainha. Lá vem a noite temida. Incompreendida e leve. Branca, longínqua ela cresce. E assassina o dia. Lá vem a lua despida, Pálida quieta rainha, Lá vem a noite temida. Uma sombra me convém Quando o verde se retém. E crava o seu próprio ninho. De puro roxo inunda o chão e aos poucos molha a mão. E vibra como um vento frio. É o lugar de mais ninguém Onde percebo tudo além. Do som e da luz perdida. Como Alaranjadas luzes, Imperceptíveis nuvens. E o barulho do rio. Lá vem a lua despida. Pálida quieta rainha. Lá vem a noite temida.
2.
Pálido, aflito, há dias sem dormir. Olhos fundos, sono ruim. Lamentável saber como dura a noite por aqui. Com a vida em volta quieta outra vez, minha cama vai se cobrir de paciência, eu sei, quando sinto meu quarto rugir. é madrugada e posso ouvir na minha rua insistir a chuva grossa que se vê noite afora, quente e furiosa. Passos pelo teto correm contra o chão se disputam minha atencão, vive um mundo aqui que desperta pra me distrair. Logo segue o grito surdo que guardei do passante antes das seis adiantando o nascer da cidade que veio acolher a correria outra vez. Mais um minuto a perder, na luz amena da TV que se entrega. Fria, vermelha.
3.
Quiet People 04:23
We’ve been waiting years anxious to be filled with overwhelming sounds hidden underground. A splendid gentle voice is burning in our ears, spreading all around as we disappear. In this quiet, lonely town, we'll hide in the crowd and the world won't need us, until we say so. Now we sing along, a mellow simple song, to remain in peace and dry out our tears. At the crack of dawn, we should love again, running through the night, as long as we stand. In this quiet, lonely town, we’ll hide in the crowd and the world won’t need us until we say so. We may disappear for another day, in a passing dream where we sing again. In this quiet, lonely town, we’ll hide in the crowd and the world won’t need us until we say so.
4.
Navego entre mares Não essas águas O fluxo da mente O perdão dos ares Vejo e repasso futuro e passado E o presente é vivido Caminho entre ilhas Não essas terras As pedras do ser O curso das amarras Sou minha prisão automática E a liberdade é sonhada Viajo entre estradas Não essas ruas A solenidade da alma O bruto das suas Pra que de minhas rimas pessoais Lunáticas, tácitas? Pra que de meus versos anuais Se vagarão a escuridão? Não sou poeta
5.
La Mode 02:41
Tu m’as offert un beau chapeau, Des long colliers. Je t’ai déjà dit que j’étais pas intéressé. Si tu m’veux sincère. Demain sera hier. Je me sens si bien en chemise noire, Aucun logo. Je me balade et je me promène Les mains dans le dos. Si tu m’veux sincère. Demain sera hier. C'est de l'air.
6.
Tenho pensado em viver escondido entre cadernos e rabiscos meus, outros desenhos frases formas ou linhas. Como rascunho eu seria um outro a cada linha que fosse escrever seja confuso triste falso ou livre. E sendo assim de traços tortos ninguém iria me reconhecer quando sumir de vários rostos. Até que não sobre mais nada de tudo aquilo que tentei dizer em formas todas parecidas. Não tem vontade de se desfazer de seus sentido que não falam com ninguém? Se mostre mais e mais e mais. O que fará quando tornar a ver o tempo triste junto a tudo que não tem? Agora vai se vai se vai.
7.
Alva 02:57
À beira do fim Caminhamos em vão. Alguns nunca se vão Eu sim. Nada é lei Sob a água e o sal. Me despeço afinal Como sei. Alva já me vou Tudo se conclui. Esqueça quem eu sou Conte quem eu fui. Há no vazio De uma calça de brim, Um recorte de mim Rasgado. Marcas de giz, Um retrato no chão. Alguns seguem ao fim Eu não. Alva já me vou Tudo se conclui. Não me conte o fim Conte quem eu fui.
8.
Fuga 04:03
Eu não sei dizer o quanto mudei. de olhos fechados, recrio sem perceber o que se desfez com razão. Eu só lembro o rio em suas mãos eu só ouço o vento, um rastro sem direção ou compreensão do que fez. E foi assim que sem gritar o chão tremeu, abriu no meio da paz, engoliu sem mais minha ação. O tempo foi sem provocar se despediu na curva do seu olhar que não vi voltar desde então. Eu peço emprestada a sua emoção a sua alegria é minha missão. Minha razão: sua voz. Eu só vejo o céu enchendo de luz. Eu só ouço o lento, o fundo suspiro do meu mundo. Como estão? E foi assim que sem gritar o chão tremeu, abriu no meio da paz, engoliu sem mais minha ação. O tempo foi sem provocar se despediu na curva do seu olhar que não vi voltar desde então.
9.

about

Produzido e gravado por Jan Felipe.

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released May 15, 2019

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Jan Felipe

Cantor, compositor e guitarrista, faz uma mistura de Rock, Trip-hop, Folk e MPB, produzindo suas próprias músicas.

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